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Os fornecedores de equipamentos de telecomunicações venderam durante o Mobile World Congress, realizado na semana passada, em Barcelona, a chegada do 5G em 2020, mesmo sem uma discussão efetiva de padronização. E a razão é simples: é preciso rever o modelo do ecossistema de infraestrutura de rede. Vender mais e com qualidade para sobreviver à mudança. Para as teles, o momento é de repensar estratégias. As OTTs incomodam e impõem mudanças. 5G se mistura com big data e cloud. E são elas, que terâo de investir. Irão? Certamente sim. Mas há lições sendo apreendidas nesse processo.

Não à toa, o 5G esteve presente em todos os painéis, para o bem e para o mal. O presidente da FCC, Tom Wheeler, foi bastante irônico ao falar sobre a tecnologia. “Estamos em Barcelona. Aqui temos o museu do Picasso. O 5G é uma obra de Picasso. Cada um tem a sua visão, mas ninguém tem a mesma participação”, destilou.

O 5G virou tema do Mobile World Congress muito em função da participação dos fornecedores chineses, leia-se, Huawei, que querem ficar à frente do movimento. Outros fornecedores também endossam a necessidade da evolução, mas têm postura mais cautelosa. Afinal não há padronização, apesar dos acordos firmados para seguir adiante, mas qualquer especificação só deve ser conhecida no final de 2016.

Até lá, 5G será um tema de markeging e muito forte. A Comunidade Europeia decidiu endossar o 5G e vai aportar recursos para não ficar fora dessa disputa, como anunciou o comissário Gunther Oettinger. Um fundo, com mais de 1 bilhão de euros, foi criado para fomentar o desenvolvimento do novo ecossistema. Mas o executivo admitiu que ainda há muito por investir no 4G.

Na prática, a grande vantagem do 5G é que os fornecedores não falam mais em ‘jogar fora’ infraestrutura existente. Ao contrário. O 5G chega para embarcar todas as tecnologias e aumentar, não a velocidade de acesso, mas a capacidade de processamento – muito em função da Internet das Coisas – e da necessidade de redução de latência, para aplicações que requerem alta velocidade como telemedicina, cidades digitais e outras.

“O marketing em torno do 5G no Mobile World Congress beirou o ridículo, mas o 5GPP está trabalhando para construir um padrão global para a tecnologia. Será uma mudança considerável de investimentos e de postura. A infraestrutura terá de ser única”, disse Marcus Weldon, chefe do Bell Labs e CTO da Alcatel-Lucent. E ele respondeu ao presidente da FCC. “Realmente, hoje, o 5G pode parecer uma obra de Picasso, mas ele está sendo construído para ser tão relevante quanto”, complementou.

As operadoras – que até então dominavam os debates do Mobile World Congress – preferiram adotar uma cautela com relação ao 5G. O momento foi mais de questionar o papel das OTTs, que ‘canibalizam’ suas redes – do que falar de investimentos, com exceção clara das operadoras japonesas, que são as defensoras do 5G em 2020. “Queremos ter 5G nas Olimpíadas de 2020. Estamos trabalhando para isso”, disse o CTO da NTT DoCoMo, Seizo Onoe.

Patente ficou que big data e cloud computing são tripés para o 5G. Todas as operadoras sabem que lidar com os dados será necessário para ampliar suas receitas. A questão é lidar com as discussões de privacidade e de proteção de dados pessoais. Até onde irá a liberdade para criar novos serviços? Até onde a tecnologia a a regulamentação vão se esbarrar?

Aqui no Brasil, o 5G parece muito distante, mas a Internet das Coisas impõe, sim, mudanças. O M2M tende a crescer muito mais nos próximos dois anos. E quem terá infraestrutura capacitada para suportar esse tráfego? São muitas perguntas sendo colocadas à mesa e muitas delas sem respostas imediatas.

*Ana Paula Lobo viajou a Barcelona a convite da Alcatel-Lucent

Fonte: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=39101&sid=8#.VRapsPnF-IU

Dep. MKT TCS ( mkt@bcatelecom.com.br ) 

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