A participação do serviço de telefonia fixa tem sido cada vez menor na receita das grandes operadoras, tendo em vista a migração do consumidor para a telefonia móvel. Mas existe um segmento do mercado, o de pequenas e médias empresas, em que a voz fixa está em expansão.

De acordo com a consultoria Frost & Sullivan, as pequenas e médias empresas, que apresentam faturamento anual de até R$ 150 milhões, representaram 50,6% das receitas de voz do mercado empresarial no ano passado. Em 2011, a participação foi de 49,5%. A expectativa da consultoria é que, até 2017, o índice supere os 55%.

“O segmento de pequenas e médias empresas é o único em que a telefonia fixa ainda cresce”, afirmou ao Valor o consultor Renato Pasquini, da Frost & Sullivan. “Grandes empresas tendem a adotar em maior escala a telefonia pela internet, a videoconferência e os serviços de mobilidade, que acabam substituindo a telefonia tradicional local e de longa distância”, afirmou.

Do total de 46,7 milhões de linhas fixas em operação no país, no ano passado, 31,5% – o equivalente a 14,7 milhões – são do mercado empresarial. A maioria pertence a pequenas e médias empresas. “Nesse segmento, a receita por linha é maior do que no residencial, mas ainda assim vem caindo”, disse Pasquini. De todo modo, fala-se cada vez menos ao telefone fixo. Nesse cenário, interessa às teles conseguir volume, aumentando o número de pequenas e médias empresas na sua carteira.

Na disputa com grandes operadoras que têm divisões voltadas ao mercado empresarial, como Telefônica/Vivo, Oi e Embratel, e aquelas especializadas nesse segmento, como British Telecom, estão operadoras de menor porte, caso da America Net. Nos últimos nove meses, a America Net conquistou para sua base 11,5 mil linhas que estavam com os rivais.

De acordo com José Luiz Pelosini, diretor de telecomunicações da America Net, esse é o maior avanço em linhas portadas desde que a empresa recebeu a autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para começar a operar, em 2009, sob o código de seleção de prestadora 85. Hoje, a operadora soma 20 mil linhas portadas, que representam 40% do total de 50 mil linhas da companhia.

“Oferecemos preços entre 20% e 30% mais competitivos em relação aos maiores concorrentes”, afirmou Pelosini ao Valor. Segundo ele, a empresa também trabalha com uma margem de lucro menor que a das outras operadoras. A maioria das 11,5 mil linhas portadas, afirmou o executivo, veio da Telefônica/Vivo – maior operadora do país, que só no segmento de pequenas e médias empresas tem 1,2 milhão clientes.

No segundo trimestre deste ano, a Telefônica/Vivo apresentou um avanço de 1% no número de linhas do segmento empresarial em relação ao primeiro trimestre, atingindo 2,97 milhões.

De acordo com Pelosini, os preços mais competitivos da America Net não foram o único motivo para o avanço de linhas portadas. “Os clientes chegam insatisfeitos com os serviços oferecidos pelas grandes operadoras e buscam maior atenção do prestador”, afirmou. Um dos diferenciais da America Net, segundo disse, é o serviço de ombudsman, que acolhe as reclamações das empresas e as encaminha, sem a necessidade de passar pela central de atendimento.

Com o aumento de linhas portadas, a America Net prevê dobrar a sua receita neste ano, embora o valor não tenha sido revelado. Além disso, a empresa estuda aquisições. “Estamos em processo de ‘due diligence’ [investigação sobre os ativos de interesse] para a compra de uma operadora menor”, disse Pelosini. Sua previsão é que o negócio seja fechado até o primeiro trimestre de 2014.

Neste ano, a America Net está investindo R$ 23 milhões na expansão das operações. A empresa, com sede em Barueri, na Grande São Paulo, já chegou a Belo Horizonte e Curitiba e planeja iniciar operações no Espírito Santo, Ceará e Amazonas ainda neste ano. Fundada em 1996 por Lincoln Oliveira, empresário da área de tecnologia da informação, a empresa atuava até 2009 apenas com prestação de serviços de dados. Hoje, está presente em 180 cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, além do Distrito Federal.

Fonte: http://www.americanet.com.br/imprensa/index.php/america-net-na-imprensa/299-telefonia-fixa-cresce-na-area-empresarial.html
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