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O Brasil tenta recuperar o tempo perdido e encontrar o seu papel no mercado produtor de componentes. Agora com a produção de chipset para comunicação óptica, pensando em atender a demanda das aplicações de cloud computing, streaming on demand e processamento de grandes volumes de dados, com o big data. Nesta sexta-feira, 21/08, a BrPhotonics, empresa criada da joint-venture entre o CPqD e a norte-americana GigOptix, ativou, oficialmente, a sua operação e produção fabril, instalada em área do CPqD, em Campinas, em São Paulo.

A empresa – que vai produzir chipsets para dispositivos fotônicos e microeletrônicos para sistemas de comunicações ópticas de alta velocidade – tem a meta ambiciosa de atingir uma receita de R$ 30 milhões em dois anos. Já em 2015, a receita deverá chegar a R$ 4 milhões. Em 2016, esse montante deverá ficar em R$ 15 milhões.

“O Brasil entrou no seleto time produtor de chip para essa área. Oficialmente, hoje, apenas outros dois países fabricam esse chipset: Cingapura e a Bélgica, com as certificações necessárias Nós estamos capacitados para fazer todo o processo fabril – com 250 chipsets a partir de março – e alcançar a marca de 1000 chipsets/mês em 2016”, afirmou Júlio César Rodrigues de Oliveira, presidente da BrPhotonics.

O executivo explica que esse volume não pode ser considerado baixo. “São chipsets com valor de mercado estimado entre US$ 2 mil a US$ 5 mil. Ao alcançarmos 12 mil chipsets ao final de 2016, vamos repensar o projeto fabril e a ampliação da unidade deixando a planta de Campinas para testes”, acrescentou.

A BrPhonics já nasce com um cliente: a irlandesa Tyndal, que receberá a primeira remessa em setembro. “Não foi uma aquisição de volume, até porque ainda estamos no processo de ajustar a cadeia e o volume, mas já nos dá a prova que há um grande mercado para conquistarmos”, contou Oliveira.

Segundo o executivo, hoje, JSDU, Finisar e Avago são as concorrentes diretas, mas o produto da BrPhotonics tem um diferencial: que é o de aumentar em até 10 vezes a velocidade de transmissão de dados e um consumo de energia até quatro vezes mais eficiente. O mercado consumidor dos chipsets são os fabricantes de sistemas ópticos como a PadTec, empresa também do CpQD, Alcatel, Huawei, Ciena, entre outras. “Nós não vamos vender diretamente para as operadoras. Nosso mercado-alvo são os fabricantes de sistemas ópticos”, alinhou o executivo.

Os valores envolvidos no acordo CPqD e GigOptix não foram revelados, mas Oliveira disse que houve uma transferência relevante de patentes: 17 por parte dos americanos e 5 por parte do CPqD. o CPqD transferiu para a BrPhotonics sua tecnologia de fotônica em silício (Silicon Photonics, ou SiPh) e sua experiência em encapsulamento óptico, além de recursos de projeto e testes nessa área. Já a GigOptix transferiu sua tecnologia Thin Film Polymer on Silicon (TFPS) – ou filme fino de polímero sobre sílicio – e trouxe para o Brasil sua linha de produção antes instalada em Bothell, Washington.

Para financiar suas operações, a empresa de chipset recebeu recursos do Funttel -Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações e está passando por uma rodada de investimentos, com a entrada da FINEP entre os acionistas. “Ainda neste semestre eles vão entrar no nosso capital”, disse Oliveira, ainda sem falar em valores. Com o BNDES, a empresa negocia um projeto. “Não podemos ainda detalhar, mas a ideia é fomentar um modelo de negócio”, acrescentou.

A cerimônia de ativação da BrPhotonics contou com a presença do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, e do secretário de Telecomunicações do Minicom, Maximiliano Martinhão, também representando o Conselho do Funttel. “A BrPhotonics é um projeto de pesquisa que vai trazer dividendos e geração de tecnologia para o Brasil. Esse é o papel para o aporte em Pesquisa e Desenvolvimento”, disse Martinhão.

O ministro das Comunicações, por sua vez, reforçou que cabe ao Brasil lutar por um papel de produtor de tecnologia. “Não podemos ser apenas consumidor. Temos que pensar estrategicamente, e uma empresa de semicondutores nos permite isso, e brigar por um lugar no mundo globalizado. A tecnologia precisa gerar emprego e renda para o brasileiro”, completou.

Áreas limpas

Nas novas instalações industriais, a BrPhotonics fará o processamento e alinhamento de chips fotônicos destinados à utilização em sistemas ópticos avançados de 100 Gb/s a 1 Tb/s, em redes de fibra óptica de longa distância ou metropolitanas (metro) e para prover conectividade em cloud computing.

“São componentes de tamanho bastante reduzido em relação aos atualmente disponíveis no mercado”, explica Júlio César Rodrigues de Oliveira, presidente da BrPhotonics. Para produzir esses componentes, foram montadas áreas limpas classe 100 e classe 10.000. A primeira recebeu os equipamentos para fabricação dos chips, que a GigOptix transferiu de sua planta nos Estados Unidos para Campinas. “A área limpa classe 10.000 abriga a infraestrutura de empacotamento dos chips, enquanto a área classe 100 abriga as etapas de fabricação dos chips fotônicos”, completa Oliveira.

* Ana Paula Lobo viajou a Campinas a convite do CPqD

Fonte: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=40426&sid=3

Dep. MKT TCS ( mkt@bcatelecom.com.br )

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