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TCS Noticias 022/2016: SDNs: a estrada para uma gama nova de aplicações

 
 

O conceito de redes definidas por software (SDN, na sigla em inglês para software-defined networking) surgiu com a proposta de transformar a maneira de implantar, gerenciar e controlar a rede. Basicamente, o que elas fazem é separar o plano de controle (responsável pela inteligência da rede) do de dados, encarregado de encaminhar os pacotes para seu destino. Com isto, evita-se a necessidade de ter de configurar o hardware manualmente e torna-se possível que vários elementos encaminhadores compartilhem o mesmo controlador. Isto facilita a configuração da rede, além de permitir que uma gama de novas aplicações seja desenvolvida.

Esta nova forma de arquitetar redes – em que o caminho que os dados percorrem é gerenciado por um plano de controle baseado em software – conquistou primeiro as empresas de data center e de telecomunicações, que enxergaram nela a possibilidade de melhorar o gerenciamento e a flexibilidade da rede. Gestão da automação do tráfego, engenharia de banda e a habilidade de ter uma rede sob demanda que se ajuste às necessidades dos clientes são algumas das promessas de benefícios que a SDN vem oferecendo.

As redes definidas por software configuram uma nova abordagem de concepção, construção e funcionamento das redes para simplificar operações e promover maior inovação. As SDNs devem ganhar força em ambientes que exigem rápida tomada de decisão e flexibilidade, principalmente, porque se tornará cada vez mais difícil que administradores de rede façam o gerenciamento manualmente.

Em recente entrevista, o diretor de estratégia global da Dell Networking, Adnan Bhutta, explicou que, nas últimas duas décadas, as empresas saíram dos mainframes, com arquiteturas e ferramentas de gerenciamento proprietárias, aplicativos limitados e CPUs e sistemas operacionais proprietários, para os servidores x86, produzidos por diferentes fabricantes e que permitiram a computação distribuída, um ecossistema integrado de aplicações, sistemas operacionais padronizados e interoperáveis e padrões de indústria para os chips (Intel e AMD).

Adoção

A demanda por mais flexibilidade, mais capacidade de escala, simplificação no gerenciamento e aplicações específicas para atender a peculiaridades de cada negócio tem conduzido o mercado a uma transformação em direção a redes abertas e baseadas em software. Mas esta mudança ainda está lenta.

Empresas de data center saíram na frente na adoção de SDN, e as de telecomunicações estão analisando a sua implantação –  o caso delas é mais sensível, pois, como a rede é o negócio das operadoras, ela não pode sofrer paralisações ou ter problemas. Para outras indústrias que precisam de alta velocidade na rede e para as quais milissegundos fazem a diferença, como a de serviços financeiros em bolsa de valores, adotar a SDN também faz sentido.

“A rede definida por software será uma realidade, mas, hoje, no Brasil, o varejo e o mercado financeiro estão à frente na sua adoção. Até porque essas verticais estão lidando com uma avalanche de dados e precisam ter infraestruturas que funcionem muito bem”, ressalta o diretor de soluções da Dell para a América Latina, João Bortone.

O mercado corporativo de grande porte, como companhias com mais de mil funcionários, também tem analisado o conceito como forma de ganhar agilidade, facilitar atualizações e diminuir o tempo de provisionamento de novos serviços, uma vez que o controle passa a ser único e centralizado.

De acordo ainda com Bortone, as empresas já percebem que o diferencial competitivo virá do uso de novas arquiteturas como SDNs, analytics e big data. “Extrair inteligência da massa de dados dentro de uma empresa é hoje uma prioridade, e essas arquiteturas permitem desenvolver o negócio de maneira mais rápida e flexível.” O momento econômico do Brasil pode adiar algumas ações, mas a crise também pode ser uma oportunidade para transformar, ressalta o diretor da Dell América.

João Paulo Bruder, gerente de telecom da IDC Brasil, acredita que o grande benefício da SDN é ser baseada em código aberto. Significa que se for encontrado um problema pode-se recorrer aos fóruns de discussão para resolvê-lo e, uma vez tendo a questão solucionada, compartilha-se com o restante da comunidade, gerando mais conhecimento.

Para ele, ainda que faça bastante sentido para as operadoras adotarem a SDN, o mercado corporativo das grandes empresas deve implantá-la mais rapidamente que as telcos. “Rede é core business da operadora. Se ela vai para SDN, encontra bug e a rede cai, tem impacto muito forte. Elas não podem correr este risco, por isto, são mais conservadoras”, explica. “As empresas também são conservadoras. Ficar sem ERP por oito horas é um baita transtorno, vai ter um gasto financeiro que terá de ser dimensionado, mas não afeta a imagem para o mercado. Então, elas podem aceitar esse risco [da SDN] melhor.”

Inibidores

A questão da falta de padronização das SDNs ainda precisa ser  resolvida para impulsionar uma adoção maior. De acordo com Bruder, é preciso chegar a um padrão para o controlador ‘falar’ com o switch de diversas marcas e para que todos obedeçam à mesma ordem.

Bruder lembra que os fornecedores já chegaram a alguns acordos, por meio de fóruns de padronização, mas não conseguiram ainda equacionar completamente a padronização. “Cada fornecedor defende a sua visão, o seu interesse e vai tentar que o sistema aberto esteja mais alinhado ao que tem. Demora, mas está caminhando e o jogo vai virar.”

Para o gerente de telecom da IDC, as SDNs vão revolucionar o mercado de rede assim como os supervisores de máquina virtual revolucionaram o de servidores. “Mas não é para todo mundo, porque tem de ter certo tamanho para se beneficiar disto”, alerta.

Recomendações
» Prepare-se para a SDN, explorando os potenciais benefícios e riscos que as redes definidas por software irão trazer para a organização.
» Compreenda os trade-offs entre uma solução completa SDN, que pode trazer tanto benefícios táticos a curto prazo, quanto benefícios estratégicos a longo prazo, comparando-os com soluções incompletas que muitas vezes são rotuladas como SDN e que, no futuro, podem não ter valor estratégico e alavancagem.
» Ao olhar para soluções de SDN para as redes de data center, envolva na discussão as equipes de servidores, virtualização, segurança, armazenamento e aplicações de entregas, de modo a garantir que seja adotada uma abordagem única. Para implantações de SDN, equipes multifuncionais semelhantes devem ser envolvidas.
» A adoção de SDN requer uma nova forma de pensar que pode ameaçar alguém da equipe atual de rede. Identifique oportunidades para promover a colaboração entre silos e apoiar e recompensar os membros da equipe com as habilidades e a visão necessárias para liderar o processo de avaliação.

 http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=41472&sid=100#.VyH8qPkrLIU

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