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TCS Noticias 007/2014: Espionagem prejudica liberdade e muda sociedade, diz Snowden

 
O estrago promovido pela espionagem indiscriminada é muito mais profundo do que a (falsa) discussão sobre privacidade versus segurança pode sugerir. Seus efeitos são nocivos aos indivíduos separadamente, mas também à sociedade como um todo.
Essa parece ser a principal mensagem de Edward Snowden, o espião americano que denunciou com detalhes a abrangência da vigilância dos Estados Unidos e seus aliados sobre o conjunto dos seres humanos, e que ontem respondeu a uma série de perguntas pela Internet.
Snowden respondeu 13 perguntas online nesta quinta-feira, 23/1, feitas pelo Twitter (#asksnowden) e promovidas no site freesnowden.is. A íntegra está no link freesnowden.is/asksnowden.html e vale a leitura. Entre elas, talvez a análise mais significativa seja a que trata de dimensionar o dano da espionagem sem limites. Para Snowden, a tragédia tem dois lados:
“O primeiro é o ‘efeito inibidor’ [chilling effect], que é bem entendido. Estudos após estudos demonstram que o comportamento humano muda quando sabemos estar sendo observados. Sob observação, agimos com menos liberdade, o que significa que estamos efetivamente menos livres.”
“O segundo, um efeito menos entendido mas muito mais sinistro desses programas secretos, é que eles efetivamente criam ‘registros permanentes’ de nossas atividades diárias, mesmo na ausência de malfeitos de nossa parte. Isso permite uma capacidade chamada de ‘investigação retroativa’, na qual uma vez que você atraia a atenção do governo, existe um registro muito completo de suas atividades diárias que recuam, na atual legislação, até cinco anos. Você pode não se lembrar onde foi jantar em 12 de junho de 2009, mas o governo sabe.”
“O poder que esses registros representam não pode ser superestimado. Pesquisadores sustentam que esse tipo de coleta de dados resulta em ‘bancos de dados de ruínas’, onde detalhes prejudiciais e embaraçosos existem mesmo sobre os indivíduos mais inocentes. O fato de que esses registros são coletados sem que o governo tenha qualquer suspeita razoável ou causa provável justificando a apreensão dos dados é tão divorciado do domínio da razão que chega ao ponto de ser incapaz de jamais ser tornado legal, visão endossada pela Junta de Supervisão da Privacidade e Liberdades Civis.”
“Fundamentalmente, uma sociedade na qual o monitoramento pervasivo do conjunto das atividades civis se torna rotina está se desviando das tradições de liberdade para o que é inerentemente uma infraestrutura restritiva de investigação prévia, uma espécie de estado quantificado onde a menor das ações é medida de decoro.”
Snowden continua exilado na Rússia – ontem mesmo o governo norte-americano voltou a negar qualquer possibilidade de ‘perdão’ ao ex-terceirizado que denunciou os abusos cometidos sob uma série de programas da Agência de Segurança Nacional dos EUA.
O ex-espião admitiu temores pelas ameaças de morte de integrantes da inteligência dos EUA, disse que não tem como voltar ao país porque não terá um julgamento justo e revelou que tentou informar vários colegas e superiores.  Apesar das reações de “preocupação e choque”, diz ele, “ninguém estava disposto a arriscar seus empregos, famílias e possivelmente suas liberdades”.
A seguir, os principais trechos das respostas de Edward Snowden:
Resultado zero
“Quando mesmo o governo federal diz que a NSA violou a Constituição pelo menos 120 milhões de vezes sob um único programa, mas falhou em descobrir mesmo um único ‘plano’, é hora de encerrar a ‘coleta à granel’, que é um eufemismo para vigilância em massa. Simplesmente não há justificativa para continuar uma política inconstitucional com uma taxa de sucesso de 0%.”
Desnecessário
“A NSA e o resto da comunidade de inteligência dos EUA está excepcionalmente bem posicionada para alcançar nossas necessidades de inteligência através de vigilância focada – da mesma forma como sempre foi feito – sem depender da vigilância em massa de populações inteiras.”
Solução global
“Leis nacionais não vão resolver o problema da vigilância indiscriminada. Uma proibição em Burundi não vai parar os espiões da Groenlândia. Precisamos de um fórum global, e recursos globais, direcionado para o desenvolvimento de padrões de segurança que garantam nosso direito à privacidade não pela lei, mas através da ciência e da tecnologia. A maneira mais fácil de garantir que as comunicações de um país são seguras é protegê-las em nível mundial, e isso significa melhores padrões, melhor criptografia e melhor pesquisa.”
Criptografia ajuda
“Criptografia forte devidamente implementada funciona. O que você precisa se preocupar é com as pontas. Se alguém consegue roubar suas ‘chaves’ (ou o texto pré-criptografado), nenhuma criptografia vai proteger. Mas isso não faz criptografia fim-a-fim uma causa perdida. A combinação de uma robusta segurança nas pontas com segurança no transporte garante muito mais confiança nas comunicações do dia a dia.”
Fonte: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=35844&sid=4#.UuWJCBBTvIU
Dep. MKT TCS ( mkt@bcatelecom.com.br ) 

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